QUALIMILHO - Novas estratégias de integração sustentáveis que garantam a qualidade e segurança na fileira do milho nacional
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AcrónimoQUALIMILHO
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Site
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Fontes de financiamentoPortugal 2020
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Referência do ProjetoPDR2020-1.0.1-FEADER-031291
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Período do projeto2016-2020
Agromais-Entreposto Comercial Agricola Crl; Arminda Aurora Domingos Henriques de Sousa Luz; Instituto de Soldadura e Qualidade; Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária IP; Maria Francisca Henriques da Luz Lino Caetano; Quinta da Cholda, S.A.; Sociedade Agricola da Quinta da Labruja S.A.; Sociedade Agricola de S Joao De Brito, S.A
As micotoxinas resultam do metabolismo de fungos, têm causado preocupação nos últimos anos por estarem associadas a problemas graves na saúde animal, têm implicações no ganho de peso, na fertilidade, na resistência a doenças, em geral, por imunodepressão, podendo causar a morte. Não são conhecidos animais resistentes, como tal, os humanos também são afetados, em particular, pela fumonisina, aflatoxina, deoxinivalenol (DON) e ochratoxina A que são teratogénicas, mutagénicas e carcinogénicas e cujos limites máximos nos alimentos estão regulamentados (Reg CE nº 1126/2007). É um problema complexo e grave que o sector agroalimentar enfrenta, pela elevada probabilidade de ocorrência, efeito direto na qualidade das produções, nas matérias-primas, rações e, consequentemente, na saúde, produtividade e segurança da pecuária e, por fim, na saúde humana.
Segundo a FAO, 25% da produção mundial de grãos (especialmente de milho) tem micotoxinas, um dos maiores riscos do Sistema de Alerta Rápido para Alimentos para Consumo Humano e Animal da UE (RASFF). Estão presentes em todos os elos da cadeia agroalimentar, sendo os seus efeitos mais nítidos ao nível dos agricultores e criadores de gado, pela perda direta nas colheitas, na saúde dos animais, na rentabilidade reprodutiva e/ou na segurança dos seus produtos. A presença de fatores abióticos extremos (stress térmico ou hídrico, granizo), bióticos (pragas e doenças) e práticas culturais inapropriadas (datas de sementeira e colheita incorretas, densidade excessiva, controlo de doenças ineficiente, etc) associada à suscetibilidade das variedades potencia a presença de diferentes micotoxinas. São produzidas por fungos, sobretudo, dos géneros Fusarium, Aspergillus e Penicillium que ocorrem no solo, a principal fonte de inóculo, embora também possam ocorrer durante o armazenamento do grão.
A incorporação do restolho no solo perpétua a ocorrência da infeção e, com esta, a probabilidade de produção de micotoxinas. Não é possível eliminar as micotoxinas ou limitar a sua presença sem desenvolver estratégias que possam ser utilizadas pelos agentes da fileira em toda a cadeia de valor. QualiMilho irá enfrentar os riscos de pré e pós-colheita de contaminação e a problemática das micotoxinas ao longo da fileira através da implementação de uma abordagem do sistema para a definição de uma gestão estratégica otimizada.
OBJETIVOS PRINCIPAIS:
1.Identificar fungos potencialmente produtores de micotoxinas que ocorrem nos campos de milho e nos grãos armazenados para comercialização em Portugal.
2. Detetar e identificar as micotoxinas potencialmente associadas aos fungos previamente identificados.
3. Determinar a frequência das micotoxinas mais importantes do ponto de vista agrícola.
4. Desenvolver, testar e demonstrar novos sistemas agrícolas que limitem a presença dos fungos identificados fungos e os danos posteriores sobre a qualidade do grão.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
5. Implementar um sistema de monitorização de temperatura, humidade e teor de humidade, em todas as fases da cadeia de produção do milho.
6. Implementar e validar métodos rápidos de rastreio de micotoxinas em algumas fases da produção de milho.
7. Desenvolver um novo processo de apoio à decisão que integre as etapas de pré e pós-colheita para orientar o mais cedo possível a valorização ideal dos lotes de milho, em função da qualidade e níveis de contaminação, garantindo a introdução segura na cadeia de abastecimento alimentar e dos alimentos compostos para animais.
Outro objetivo do projeto e, que decorre da implementação do plano de ação, é a demonstração, divulgação e disseminação do conhecimento gerado no âmbito do grupo operacional. A esse respeito, a ANPROMIS organiza desde há vários anos, eventos anuais, muito participados, a que assistem mais de 750 agricultores e técnicos agrícolas (500 participantes nos colóquios e 250 participantes nos dias de campo). Aproveitando a realização destas iniciativas, é um objetivo a divulgação do projeto, e os resultados provisórios que formos obtendo. No último ano do projeto, este grupo operacional terá oportunidade de apresentar os resultados do projeto no congresso anual da ANPROMIS, promovendo uma sessão de trabalho dedicado às micotoxinas e onde será apresentado o “Manual de boas práticas para monotorização e minimização do efeito das micotoxinas na produção nacional de milho”. Acresce a divulgação na comunidade científica, em geral, e entre micologistas, toxicologistas e metrologistas, em particular, bem como em outras iniciativas em que os parceiros participam, como a plataforma da Rede Rural Nacional, a Rede Inovar e certames de referência do sector agrícola nacional.
Em curso
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