A infelicidade da agricultura e o populismo ruralista

anpromis 1140x570Fonte: Expresso

Michel Serres, o sábio e presciente autor de O Contrato Natural, não hesitou em escrever que “o maior acontecimento do século XX é incontestavelmente o desaparecimento da agricultura como atividade principal da vida humana”. Para Serres, o fim do Neolítico só acontece verdadeiramente em meados do século passado, já que, no mundo Ocidental, a percentagem de pessoas que vivia da agricultura e atividades conexas passou de 60%, em 1900, para os atuais 5%. Alguns daqueles que nasceram antes de 1980, e que, como é o meu caso, ainda viram lavrar a terra com o arado de pau inventado pelos sumérios, compreendem bem esse juízo ousado. Mas é dessa pequena percentagem de pessoas que dependemos todos para nos alimentarmos – como ficou patente na crise cerealífera originada pelo criminoso bloqueio russo às exportações ucranianas. Como é deles que dependemos para reter pessoas nas vastas áreas que, uma vez despovoadas, se tornariam ingeríveis. As explorações agrícolas dos 27 utilizam 40% da superfície total da UE e representam 50% de toda a água utilizada.

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