Fonte: Ambiente Magazine
“Há escassez de água em Portugal?”. Foi com esta questão que Joaquim Poças Martins, Professor de Hidráulica e Ambiente na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, deu início à sua intervenção na mesa-redonda “Água: Que Futuro?”, enquadrada na ENERH2O – Feira de tecnologia de água e energia ENERH2O, em Matosinhos.
Partindo do pressuposto que “a escassez gere-se, a abundância usufrui-se”, o docente chama a atenção para um país onde 90% dos consumos não são medidos: “Usa-se água à vontadinha (…) e se não se mede é porque não é preciso”. Depois, continua o especialista, há ainda a realidade de, em 2023, existir, num universo de 200 entidades gestoras, registo de perdas superiores a 20%: “Não acontece nada e, se estivéssemos em escassez, usávamos todas as cartas para combater a escassez”. E quais são essas cartas (trunfos)? Poças Martins refere-se, desde logo, àquela que é a primeira fonte de água: a chuva. “Há quem diga que vai ser 20% menos (…) e, num país mediterrânico, é consensual que não há chuva quando precisamos de água e quando as plantas precisam de água.
Em relação às barragens, as opiniões divergem: “Se não tivéssemos barragens, estávamos mal”, afirma Poças Martins, relembrando que “não temos escassez para abastecimento público e, desde os anos 90 [do século XX] que as secas não chegam às torneiras”. Há uma “ilusão de que falta água”, mas o docente atenta que, “graças a um trabalho que foi feito neste setor há uns anos, como são exemplo os modelos de sistema em alta, em que, faça chuva ou faça sol, não falta água nas torneiras”.
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