Fonte: Agricultura e Mar
Artigo de opinião de Afonso do Ó, Consultor em Água da ANP|WWF
A agricultura de regadio é uma inevitabilidade (e uma necessidade) na região mediterrânica em que vivemos, em que a estação seca coincide com a estação quente. Este facto natural levou desde há milénios ao desenvolvimento de sistemas de rega na região, colmatando a falta de água no período em que as plantas dispõem de mais luz e calor.
Em Portugal, tem-se assistido na última década a uma expansão dos sistemas de regadio, associados a uma agricultura intensiva e extrativista de cariz comercial e predominantemente exportador. A delapidação e degradação dos recursos naturais e ecossistemas causada por estes novos regadios tem sido aceite pela sociedade, dada a “sede natural” destes sistemas (em beber e em não parar de crescer), e a perceção de que sem água para regar não é possível haver vida nem economia rural.