Resiliência da agricultura de regadio face aos desafios em condições de clima mediterrânico

anpromis 1140x570Fonte: Voz do  Campo

Deve-se ter presente que a água, para além de factor de produção agrícola, é um bem e um recurso natural vital para o desenvolvimento socioeconómico e para o equilíbrio dos ecossistemas.


NOTA INTRODUTÓRIA

A actividade agrícola de regadio, fundamental para garantir níveis quantitativos e qualitativos da produção agropecuária, costuma ser identificada como demasiado gastadora dos recursos hídricos, que na maioria das situações são alvo de competição pelo seu uso por parte de outras actividade económicas (Allen et al, 1998).

Efectivamente, o uso da água na agricultura é elevado, contudo, importa distinguir o seu uso consumptivo, que é inevitável e condicionado pelas condições climáticas severas a que Portugal está exposto durante a estação de rega, do uso não consumptivo, relativamente ao qual a água volta a ser restituída ao meio hídrico ficando disponível para outros usos. Na prática da rega, acompanhada pelo desenvolvimento da cultura, uma pequena parte da água fica na constituição dos tecidos verdes das plantas (denominada água verde) (Mekonnen e Hoekstra, 2010), sendo a maior parte transpirada para a atmosfera. Estas duas partes constituem a fração da água usada de forma beneficiosa, e que para a produção de alimentos deve ser encarada como estritamente necessária (Steduto et al, 2007).

Não obstante os comentários anteriores, deve-se ter presente que a água, para além de factor de produção agrícola, é um bem e um recurso natural vital para o desenvolvimento socioeconómico e para o equilíbrio dos ecossistemas, e deve merecer da parte usuários uma especial atenção no seu uso racional (Causapé, 2009). O bom uso da água tem implícito o seu gasto moderado e equilibrado, bem como a manutenção da sua qualidade depois de usado e lançado novamente no meio hídrico (Hatch et al, 2002).

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